Noemi Daniel, me da estudante de enfermagem Gabrielli Daniel de Moraes, de 31 anos - assassinada a tiros pelo marido, o policial militar Ricker Maximiano de Moraes - veio Cuiab, nessa tera-feira (03), para levar seus dois netos, de 3 e 5 anos, para morar com ela, no Par.

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muito importante para mim, porque eles so um pedacinho da minha filha. Eu estou tentando me segurar, inclusive, quando cheguei l, fiz tudo para me segurar, para no mostrar nenhum sentimento, por causa deles. Fiquei tambm muito triste, quando a gente ia saindo, a outra av comeou a chorar, comeou a falar um monte de coisa, a gritar, e a criana ficou muito assustada, comeou a chorar tambm", relatou Noemi.

Conforme publicado pelo , Gabrielli foi morta na noite do dia 25 de maio, no bairro Praeirinho, em Cuiab, com trs tiros, sendo um na cabea e os outros dois na barriga e em uma das pernas. Aps cometer o crime, Ricker teria fugido com os filhos, de 3 e 5 anos, e deixado as crianas na casa do pai dele, junto com a arma de fogo e o veculo usado na fuga.

"A brutalidade de ele ter feito tudo isso e saber que as crianas estavam em casa no momento que ele fez toda essa tragdia com a minha filha. Isso muito doloroso", disse a av das crianas.

No dia seguinte ao crime, o PM se entregou Delegacia de Homicdios e Proteo Pessoa (DHPP), da Capital. Durante a audincia de custdia, Ricker afirmou que a morte de Gabrielli foi uma "fatalidade" e que tudo ocorreu “em um momento de cabea quente”. Em seguida, o militar usou o direito de permanecer em silncio e no detalhou o crime, nem a motivao. Atualmente, Ricker continua preso.

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Noemi contou tambm que as crianas visitaram o pai depois do crime."Ele [neto] chegou e falou assim: vov, a minha me est viajando para muito longe, meu pai est trabalhando, eu fui ver meu pai. Eu fiquei horrorizada com isso, a minha filha tinha sido enterrada e dois dias depois eles foram ver [o suspeito]", narrou.

Diante dessa visita da criana ao Bope, onde o policial est preso, a defesa da famlia pediu providncias e a guarda das crianas.

"Ns estamos aqui por justia, para que seja feita a verdadeira justia nesse caso. Desde o incio a gente est acompanhando a dor dessa famlia, e verificado algumas situaes que ns no concordamos, seja no sentido da ida dele at a clnica sem algema, inclusive, e foi aberta uma sindicncia na Corregedoria da Polcia Militar com relao a isso, e quando ns tivemos conhecimento tambm da visita, da criana junto a ele no Bope, tambm pedimos providncias", afirmou a deputada federal Gisela Simona (Unio).

Com adocumentao comprovando essa visita, a av conseguiu a guarda das crianas. " uma vitria ter a guarda. No pacote antifeminicdio que ns aprovamos na Cmara dos Deputados, colocamos a perda do ptrio poder, porque o mnimo que se faz numa situao como essa, a perda do ptrio poder importante, essas crianas precisam de apoio, de proteo emocional e a famlia da me que poder fazer isso", completou Gisela.

"Essa a primeira batalha que ns estamos vencendo, e vamos vencer a outra, porque ele vai ser julgado e vai ser condenado, ele vai pagar por tudo que fez", concluiu Noemi.