O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) disse no se lembrar do mato-grossense Lucas Rotilli Durlo, o “Luco” - acusado de ser o “lder dos caminhoneiros” nos acampamentos montados nos quartis do exrcito, aps o resultado das eleies de 2022, que elegeu o presidente Lula (PT). A fala aconteceu durante interrogatrio no Supremo Tribunal Federal (STF), desta tera-feira (10).

“No lembro desse nome. Pode at aparecer uma fotografia minha dele, porm, mas no tenho a menor ideia de quem seja essa pessoa”, declarou o ex-presidente ao ministro Alexandre de Moraes, que perguntou se Bolsonaro teve algum contato com Luco.

Andr Borges/EPA

Questionado se o general Mrio Fernandes havia pedido uma interveno a favor de Lucas - que era proprietrio de caminhes que estavam nos acampamentos -, Bolsonaro disse que seu contato com o general era “muito pouco”.

“Ele [Mrio Fernandes] estava subordinado ao ministro [Luiz Eduardo] Ramos e foi algumas vezes l no [Palcio do] Alvorada. No quer dizer que vai no Alvorada e conversa comigo (...) Nada de grande relacionamento meu com o Mrio Fernandes. Tambm no lembro de ter pedido nada para interferir”, declarou.

Ao longo das 2h09 de depoimento prestado, Bolsonaro tambm foi indagado sobre a atuao de outras lideranas e sobre o ataque golpista sede dos Trs Poderes, ocorrido em 8 de janeiro de 2023.

Veja, abaixo, o vdeo de Bolsonaro durante o interrogatrio ao STF:

Quem Luco?

Lucas Rotilli foi identificado pela Polcia Federal como um dos articuladores dos acampamentos instalados em frente a quartis no estado, entre eles os de Cuiab, Diamantino, So Jos do Rio Claro e Alto Garas. Ele aparece nos autos da investigao como uma das figuras que mobilizaram manifestantes e participavam de discusses sobre estratgias para manter a ocupao dos locais.

Com base em dilogos interceptados do dia 28 de novembro de 2022, consta que o general Mrio Fernandes enviou foto a Luco, batendo continncia para uma "patriota". No dia seguinte, ele enviou dois udios dandos instrues de como deveria ser a manifestao em Braslia, pedindo para que Luco mantivesse o "controle do ato".

No dia 8 de dezembro de 2022, Luco questionou o general se haveria legalidade em uma suposta deciso do ministro Alexandre de Moraes, que determinava busca e apreenso contra caminhes que estariam no QG do Exrcito em Braslia. Ele alega que os caminhoneiros estariam desesperados e pedia ajuda de Mario para impedir o cumprimento da medida em rea militar.

Segundo a PF, diante do alerta dado por Luco, o general ento deu incio na sua cruzada em busca de respostas e possvel apoio. Ele contatou o coronel e ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, e pediu que o presidente interviesse para o impedimento da retirada dos manifestantes e ajudasse no descuprimento da ordem judicial.