Mato Grosso consolida a robustez de sua economia ao registrar uma taxa de desocupao de apenas 3,5%, figurando como o terceiro estado com o menor ndice de desemprego em todo o pas. Os dados mais recentes da Pesquisa Nacional por Amostra de Domiclios Contnua (Pnad Contnua), divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica (IBGE) e analisados pelo Observatrio de Mato Grosso do Sistema Federao das Indstrias de Mato Grosso (Fiemt), revelam um mercado de trabalho aquecido no primeiro trimestre de 2025. As menores taxas foram registradas em Santa Catarina (3%) e Rondnia (3,1%).

FIEMT

Este desempenho coloca Mato Grosso em uma posio de destaque no cenrio nacional, evidenciando a fora de setores como o agronegcio, a indstria e os servios. Somente a indstria contribuiu para a gerao de empregos, com 1,89 milho de empregados, frente a um baixo ndice de desocupao, totalizado em 68 mil pessoas fora do mercado de trabalho.

O presidente do Sistema Fiemt, Silvio Rangel, embora celebre o ndice, alerta para um desafio crucial sustentabilidade desse cenrio promissor: "A busca por fora de trabalho qualificada, visando a continuidade dessa economia aquecida, um desafio para todos os setores produtivos do estado".

Sudoeste e norte de MT lideram taxa

A taxa de desocupao por regies do estado, conforme aponta a anlise, mostra distintas dinmicas de mercado. O Sudoeste de Mato Grosso ostenta a menor taxa, com apenas 1,8%, um indicador da solidez de sua economia.

"Investir na qualificao profissional crucial para o desenvolvimento da regio. Se capacitarmos nossa populao, teremos profissionais aptos a atender s demandas de um mercado em constante evoluo. Um exemplo simples o assentamento de porcelanato, uma habilidade que nem todos dominam na prtica, mesmo com conhecimento terico. Essa dificuldade se intensifica com as novas tecnologias e materiais da construo civil”, observa o empresrio e vice-presidente do Sindicato das Indstrias da Construo do Estado de Mato Grosso (Sinduscon-MT), Jos Providncia.

Na sequncia, a regio Norte tambm se sobressai com uma taxa de desocupao de 2,1%. Em um patamar intermedirio, o Leste mato-grossense registra 3,9%, sinalizando desafios especficos para a regio.

Capital e entorno

A capital, Cuiab, apresenta uma taxa de desocupao de 4,2%. Apesar de ligeiramente acima da mdia estadual, o ndice ainda considerado relativamente baixo, refletindo a diversidade de setores presentes na regio, como comrcio, servios e istrao pblica.

Em contrapartida, o Entorno Metropolitano de Cuiab expe um cenrio mais complexo, com uma taxa de desocupao de 7,4%. A situao mais delicada observada no Colar Metropolitano, onde a taxa atinge 8,5%.

A anlise da Pnad Contnua tambm aponta as disparidades no mercado de trabalho mato-grossense. A taxa de desocupao entre as mulheres (5,3%) mais que o dobro da registrada entre os homens (2,2%). No que concerne ao nvel de instruo, a maior taxa de desemprego concentra-se entre aqueles com nenhuma instruo ou menos de um ano de estudo (6,0%), seguidos por indivduos com ensino superior incompleto (4,7%) e ensino mdio incompleto (4,6%).

A faixa etria de 14 a 17 anos apresenta a taxa de desocupao mais expressiva, atingindo 16,6%, evidenciando a dificuldade de insero dos jovens no mercado de trabalho. Em relao etnia, a populao parda (3,9%) registra o maior ndice de desemprego, superando os percentuais observados entre pretos (3,3%) e brancos (2,9%).

Informalidade

No primeiro trimestre de 2025, Mato Grosso contabilizou uma leve reduo no nmero de trabalhadores na informalidade, ando de 674 mil para 668 mil, resultando em uma taxa de 35,2%. Apesar da queda, o estado recuou para a oitava posio entre as unidades federativas com menor percentual de informalidade.

A taxa de informalidade manteve-se relativamente estvel entre os sexos, com 33,6% para as mulheres e um leve aumento para os homens, atingindo 36,4%. A anlise por nvel de instruo refora a concentrao da informalidade entre os trabalhadores com menor escolaridade.

Menor percentual de pessoas fora da fora de trabalho

Mato Grosso tem o menor percentual de pessoas fora da fora de trabalho no pas, representando 30,54% da populao em idade de trabalhar. O principal motivo alegado para essa inatividade o envolvimento com afazeres domsticos, com uma predominncia feminina expressiva nessa justificativa.