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Quarta-Feira, 28 de Maio de 2025, 08h18 xb39

Fim do casamento de Virgínia Fonseca e Zé Felipe levanta debate sobre amor, filhos e redes sociais

Especialista analisa os efeitos emocionais do término, destacando os desafios da vida a dois

Por O Globo — Rio de Janeiro

Após cinco anos de relacionamento, Virgínia Fonseca e Zé Felipe anunciaram a separação — notícia que repercutiu intensamente dentro e fora das redes sociais. O rompimento de um dos casais mais midiáticos da internet reacendeu discussões sobre os desafios das relações duradouras, o impacto da superexposição digital e o bem-estar emocional de famílias em transformação.

Para compreender melhor as implicações desse tipo de ruptura, conversamos com a psicóloga Anastacia Cristina Macuco Brum Barbosa, especialista em saúde mental da mulher. Ela explica que o fim de um relacionamento de longa duração envolve múltiplas camadas emocionais e sociais e que, muitas vezes, o amor não é suficiente para sustentar uma união.

Reprodução/Instagram

O amor é suficiente para manter um relacionamento?

"Não", responde de forma direta a psicóloga. "A paixão é uma fase, com prazo para terminar. O que mantém um casal unido ao longo do tempo são valores compartilhados, respeito, iração mútua e a capacidade de lidar com conflitos maduramente", acrescenta.

Segundo Anastacia, fatores como a chegada dos filhos, mudanças na rotina, evolução pessoal e transformações de vida exigem que o casal se adapte constantemente. Quando a comunicação deixa de ser clara e honesta, abre-se espaço para o distanciamento emocional, que, na maioria das vezes, ocorre silenciosamente, sem grandes brigas ou traições, somente pelo enfraquecimento do vínculo.

"Muitos casais se separam não por falta de amor, mas por não conseguirem acompanhar as mudanças um do outro", pontua.

É possível manter amizade após o término?

Depende do processo emocional vivido por ambas as partes. "Manter uma amizade saudável só é possível depois que o luto pelo fim da relação é respeitado. Se ainda há mágoas ou ressentimentos, forçar uma amizade pode causar mais dor", afirma.

Para a psicóloga, relacionamentos encerrados respeitosamente, com reconhecimento mútuo de que o ciclo se encerrou, têm mais chances de evoluir para um vínculo de amizade com o tempo. "Casais que desenvolveram vínculos seguros ao longo da relação tendem a lidar melhor com o término e com a possibilidade de manter um laço respeitoso", diz.

Como a separação afeta os filhos?

A psicóloga é enfática: os filhos percebem e sentem o impacto, mas o mais importante não é a manutenção da união conjugal, e sim a presença emocional dos pais. "Crianças precisam de segurança. Isso vem de adultos emocionalmente disponíveis, que saibam manter o diálogo, seguir com a rotina e, principalmente, não envolver os filhos nos conflitos", enfatiza.

Ela ressalta que filhos de pais separados podem crescer saudáveis emocionalmente, se conviverem com figuras adultas que saibam cooperar e se comunicar com equilíbrio. "O problema não é a separação em si, e sim o ambiente de conflito e instabilidade emocional", observa.

A superexposição nas redes sociais contribui para o desgaste?

Na visão da especialista, sim: "Casais que compartilham constantemente a vida íntima nas redes sociais acabam se tornando alvos de julgamentos externos e cobranças que podem gerar tensão interna. Muitos seguem exibindo um relacionamento idealizado, mesmo quando ele já não corresponde à realidade."

A psicóloga aponta que a necessidade de aprovação externa muitas vezes mascara carências emocionais. "Quando o foco está em manter uma imagem perfeita, o contato com a verdade emocional do casal se perde", conclui.

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