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Quarta-Feira, 04 de Junho de 2025, 10h07 1u236u

CASO GABRIELI MORAES

Mãe de mulher morta por marido PM busca netos em MT: "Muito doloroso"

A avó conseguiu a guarda dos netos após o policial ir preso e a família dele levar as crianças para visitá-lo

Kethlyn Moraes e Cecília Nobre

Noemi Daniel, mãe da estudante de enfermagem Gabrielli Daniel de Moraes, de 31 anos - assassinada a tiros pelo marido, o policial militar Ricker Maximiano de Moraes - veio à Cuiabá, nessa terça-feira (03), para levar seus dois netos, de 3 e 5 anos, para morar com ela, no Pará.

 

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É muito importante para mim, porque eles são um pedacinho da minha filha. Eu estou tentando me segurar, inclusive, quando cheguei lá, fiz tudo para me segurar, para não mostrar nenhum sentimento, por causa deles. Fiquei também muito triste, quando a gente ia saindo, a outra avó começou a chorar, começou a falar um monte de coisa, a gritar, e a criança ficou muito assustada, começou a chorar também", relatou Noemi.

Conforme publicado pelo #rdnews, Gabrielli foi morta na noite do dia 25 de maio, no bairro Praeirinho, em Cuiabá, com três tiros, sendo um na cabeça e os outros dois na barriga e em uma das pernas. Após cometer o crime, Ricker teria fugido com os filhos, de 3 e 5 anos, e deixado as crianças na casa do pai dele, junto com a arma de fogo e o veículo usado na fuga. 

"A brutalidade de ele ter feito tudo isso e saber que as crianças estavam em casa no momento que ele fez toda essa tragédia com a minha filha. Isso é muito doloroso", disse a avó das crianças.

No dia seguinte ao crime, o PM se entregou à  Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), da Capital. Durante a audiência de custódia, Ricker afirmou que a morte de Gabrielli foi uma "fatalidade" e que tudo ocorreu “em um momento de cabeça quente”. Em seguida, o militar usou o direito de permanecer em silêncio e não detalhou o crime, nem a motivação. Atualmente, Ricker continua preso.

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Noemi contou também que as crianças visitaram o pai depois do crime. "Ele [neto] chegou e falou assim: vovó, a minha mãe está viajando para muito longe, meu pai está trabalhando, eu fui ver meu pai. Eu fiquei horrorizada com isso, a minha filha tinha sido enterrada e dois dias depois eles foram ver [o suspeito]", narrou.

Diante dessa visita da criança ao Bope, onde o policial está preso, a defesa da família pediu providências e a guarda das crianças.

"Nós estamos aqui por justiça, para que seja feita a verdadeira justiça nesse caso. Desde o início a gente está acompanhando a dor dessa família, e verificado algumas situações que nós não concordamos, seja no sentido da ida dele até a clínica sem algema, inclusive, e foi aberta uma sindicância na Corregedoria da Polícia Militar com relação a isso, e quando nós tivemos conhecimento também da visita, da criança junto a ele no Bope, também pedimos providências", afirmou a deputada federal Gisela Simona (União).

Com a documentação comprovando essa visita, a avó conseguiu a guarda das crianças.  "É uma vitória ter a guarda. No pacote antifeminicídio que nós aprovamos na Câmara dos Deputados, colocamos a perda do pátrio poder, porque é o mínimo que se faz numa situação como essa, a perda do pátrio poder é importante, essas crianças precisam de apoio, de proteção emocional e é a família da mãe que poderá fazer isso", completou Gisela.

"Essa é a primeira batalha que nós estamos vencendo, e  vamos vencer a outra, porque ele vai ser julgado e vai ser condenado, ele vai pagar por tudo que fez", concluiu Noemi. 

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