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VIDA SAUDÁVEL
Quando a dieta falha: descubra se o problema está no seu intestino
Mesmo com alimentação saudável e exercício físico, a disbiose pode ser a causa do ganho de peso persistente
Da Assessoria
Você já segue uma alimentação balanceada, pratica exercícios físicos com regularidade e ainda assim não consegue emagrecer? De acordo com o médico Danilo Nunes Almeida, pós-graduado em Nutrologia pela ABRAN e fundador da Clínica Versio, em Vitória (ES), o emagrecimento acontece quando o corpo gasta mais calorias do que ingere.
“Essa é uma equação básica. Mas quando a perda de peso não acontece, mesmo com esforço e disciplina, é sinal de que algo pode estar desregulado internamente”, explica. Um dos vilões silenciosos é a disbiose, um desequilíbrio na microbiota intestinal (conjunto de bactérias e outros microrganismos que habitam o intestino) que afeta diretamente o metabolismo, a absorção de nutrientes e a resposta inflamatória do organismo.
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O médico explica que cada corpo reage de maneira única ao combo “dieta e exercícios”, por isso tratamentos genéricos muitas vezes falham. “A mesma estratégia que funciona para um paciente pode ser completamente ineficaz, ou até prejudicial, para outro. É por isso que o acompanhamento individualizado é tão importante”, afirma o médico.
Além da disbiose, fatores como alterações hormonais, hipersensibilidade alimentar e predisposições genéticas, entre outros, podem interferir diretamente no resultado. E o mais comum: o paciente sequer percebe que há algo errado. A disbiose, por exemplo, pode ocorrer mesmo em pessoas que têm hábitos saudáveis e não apresentam sintomas digestivos evidentes. “O intestino é o centro de muitas funções vitais. Quando há desequilíbrio na flora intestinal, o corpo inteiro pode sofrer — do ganho de peso à baixa imunidade, ando por alterações de humor, compulsão alimentar e retenção de líquidos”, pontua Danilo.
Quais são os sintomas da disbiose?
O médico explica que os sintomas da disbiose intestinal podem variar bastante de pessoa para pessoa, mas alguns sinais são comuns e merecem atenção. Entre eles estão distensão abdominal, gases em excesso, constipação ou diarreia, sensação de estufamento após as refeições, refluxo, cansaço frequente, queda na imunidade, alterações no humor, como irritabilidade e ansiedade, e até dificuldade de concentração. “Em muitos casos, esses sintomas são sutis ou intermitentes, o que dificulta a percepção do problema, e por isso, o acompanhamento médico é fundamental”, alerta.
Mas como saber se você tem disbiose e que ela está afetando seu emagrecimento? O diagnóstico pode envolver avaliação clínica, análise de sintomas e exames laboratoriais. Danilo Nunes Almeida afirma que, além dos exames de sangue tradicionais, existem testes que já permitem uma análise aprofundada da microbiota intestinal.
“Em alguns casos, quando os sintomas persistem mesmo com mudanças no estilo de vida, podemos recorrer a exames mais específicos, como os que avaliam a microbiota intestinal ou hipersensibilidades alimentares, para entender com mais profundidade o que pode estar dificultando a resposta do organismo. São recursos que ajudam a orientar condutas com mais precisão, sempre a partir da necessidade clínica de cada paciente”, esclarece.
Até uma salada pode ser prejudicial
Danilo explica que, em casos de disbiose, até mesmo alimentos considerados saudáveis, como saladas, legumes crus ou certos grãos, podem agravar os sintomas, aumentar a inflamação intestinal e, até mesmo, inflamação sistêmica crônica — que atinge o corpo todo. “Isso acontece porque, dependendo do desequilíbrio na microbiota, ocorre uma perda da defesa e da integridade da barreira intestinal, abrindo agem de toxinas, micro-organismos e, até mesmo, partículas de alimentos não-digeridos para dentro da corrente sanguínea. Essa condição é conhecida como intestino permeável e pode levar a uma inflamação geral do organismo”, alerta.
De acordo com o médico, uma vez inflamado, o corpo ativa o seu sistema de defesa e pode produzir anticorpos para diversos tipos de alimentos como verduras, legumes e até os considerados anti-inflamatórios, como cúrcuma e alho. “É por isso que uma dieta personalizada é primordial. O que faz bem para um, pode ser prejudicial para outro. O tratamento da disbiose precisa considerar o estado do intestino naquele momento e ser ajustado conforme a evolução clínica do paciente”, orienta o médico.
A proposta, segundo ele, não é fazer terrorismo alimentar, mas usar a ciência para personalizar a conduta e evitar o famoso efeito sanfona. “Quando entendemos como o corpo do paciente responde, conseguimos ajustar a alimentação, os suplementos e as intervenções com muito mais segurança e resultados duradouros”, reforça.
Como manter o intestino saudável?
O médico Danilo Nunes Almeida orienta sobre alguns cuidados simples podem ajudar a manter o intestino em equilíbrio:
Reduzir ao máximo, ou idealmente eliminar, o consumo de ultraprocessados e bebidas adoçadas
Evitar o consumo de álcool
Priorizar o consumo de fibras, vegetais e alimentos naturais - variando os alimentos e preferindo frutas e verduras da estação
Incluir alimentos fermentados (como iogurtes, kefir, kombucha e chucrute) na rotina
Praticar atividade física regularmente, preferencialmente ao ar livre (o que ajuda no gerenciamento do estresse)
Dormir bem e cuidar da saúde emocional
Utilizar anti-inflamatórios e antibióticos somente com prescrição médica
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